


MISTÉRIOS DA VIDA
É um mistério a vida
É uma arte viver
Adquirir a maestria de Ser, Existir
Passar por este mundo
É uma luta de polaridades
Algo nos leva pro alto
Algo nos puxa pra baixo
Há em nós o “céu” e o “inferno”
A luz e a sombra
A alegria de Ser e a dor do Querer
Tudo é muito simples
Insistimos em complicar
A arte de ser estar em nós
A maestria de praticá-la faz parte do caminho
Caminho ás vezes tortuoso, inundado, coberto de cipós
Caminho muitas vezes animado por flores,passarinhos,
Canções anjos e borboletas coloridas!Caminho mesclado,composto,permeado de sombras,mas também de luzes
A busca da síntese é a grande porta
Vivermos o ego e o self
Sabermos ouvir,mas também falar
Amarmos a terra caminhando pro “céu”
Sabendo que tudo é relativo, dialético.
Cada um é único
Nada é absoluto
Somos pó
Somos estrelas
Somos o não
Somos o sim
Somos os frutos do amor da Deusa
Herdeiros da criação
Por essência somos síntese
Por natureza somos duais
Somos o início ,o meio e o fim de nós mesmos
Somos os instrumentos da Existência
Somos o sono Divino
Sonhamos
Amamos
Cantamos...
E sendo assim,
Assim, também somos:
O barulho
O medo,
A luta,
A dor,
A divisão.
Somos o Um e o Todo
Somos?
Sim!
Então vamos em frente
A viagem é muito longa
E um dia teremos que chegar
Aonde?
Em nós...
No nosso silencio,
No nosso Sim,
No Divino e Humano em Nós.
Na Síntese...
Simone Bichara - Brasília, 1990

MANDALA - RODA DE CURA, CÍRCULO DE PODER
Mandala significa centro, circunferência ou círculo mágico.
Jung associava a mandala com o self, o centro da personalidade como um todo. As mandalas servem como um mapa da realidade interior que orienta e sustenta o desenvolvimento psicológico daqueles que desejam progredir na consciência espiritual. É um poderoso instrumento visual que provoca visões, concentração e meditação.
Tradicionalmente, as mandalas servem como instrumento de meditação que intensificam a concentração no eu interior, a fim de levar a pessoa a atingir experiências significativas.
A mandala sugere mistérios que podem fazê-la parecer exótica, confusa ou difícil. Na verdade, é tão simples quanto uma brincadeira de criança.
A mandala nos ajuda a recorrer a reservatórios inconscientes de força que possibilitam uma reorientação para o mundo exterior, é um veículo para o autodescoberta.
Quando criamos uma mandala geramos um símbolo pessoal que revela quem somos num dado momento. O círculo que desenhamos contém – e até atrai, partes conflitantes da nossa natureza, por isso o ato de desenhar mandala produz uma inegável descarga de tensão. É como se fosse um mapa da realidade interior que nos orienta e sustenta o desenvolvimento psicológico se queremos progredir na consciência espiritual.
As cores e os símbolos, assim como as formas geométricas expressam nas mandalas, os nossos mais íntimos pensamentos, sentimentos, desejos e intuições.
As mandalas são janelas e portas para nosso mundo profundo. Ajudam a manter as coordenadas na busca e trilha do caminho espiral da individuação.
São rodas mágicas, alegres, fortes, suaves, às vezes confusas; São momentos aprendidos, são espelhos do nosso caminho, são flores do nosso Eu interior.
São formas que representam unidade, organização e harmonia.
Desde a antiguidade, os orientais, principalmente os tibetanos, desenham e pintam mandalas.
Simone Bichara

FUNDO DE RIO
Peixes, folhas, pedras, raízes, galhos, areia
Molhados, lacrimejados, lubrificados, fertilizados...
Fundo de Rio. Sexo de Rio. Cabeça de Rio. Vida de Rio.
Calmaria no cio.
Pneus, lixos, cacos, acasos, farrapos, restos
Fracos, insensatos, indelicados, estilizados...
No fundo do Rio. Na tristeza do Rio. Na luta do Rio.
Profundo vazio.
Iaras, Oxuns, Segredo, Mistério, Taciturno, Colorido
Caleidoscópio, Mandala, Alma, Divino...
Lá no fundo de Rio. Bem dentro do Rio.
Flores brotam... a fio.
Daniella Paula Oliveira - Outubro/2010

A SOMBRA FAZ PARTE DE NÓS – Por Márcia de Luca.
ACEITAR QUEM SOMOS POR INTEIRO É O CAMINHO PARA A PAZ DE ESPÍRITO.
Nossa sombra existe e faz parte de nós. Essa dualidade é intrínseca ao nosso ser e apenas quando abraçamos sem medo e sem vergonha é que encontramos o equilíbrio em nossa vida.Esse é o caminho do meio: nem tanto ao mar, nem tanto à terra.
Vivemos em uma sociedade que determina padrões de comportamento, que nos dita regras e nos impõe determinadas atitudes, mesmo que nos façam mal. Já temos gravadas em nossas células a memória de que o lado escuro de nossa personalidade não deve ser aceito. Nos envergonhamos dele e tentamos de todas as maneiras cancelar sua existência inevitável em nossa personalidade. Dos pares de opostos que habita em nós – luz e sombra, divino e diabólico , santo e profano – tentamos fingir que só o que é bom existe.
É hora de se rebelar contra essa ditadura. De inovar, recriar nossa vida. Que tal adotar um modelo segundo o qual sentimos à vontade com quem somos, aceitamos nossa personalidade como ela é? A aceitação total de nossa sombra automaticamente nos faz aceitar a sombra das pessoas à nossa volta, ou seja, nos torna mais compassivos. Começamos a olhar para os fatos sem julgamentos e sem críticas. Nos conscientizamos que a dualidade é natural e universal.
Assim, o turbilhão de nossos pensamentos vai gradativamente diminuindo, a mente se aquieta, fica mais calma e tranqüila. Aos poucos abrem-se espaços entre os pensamentos para que possamos seduzir nosso espírito e ouvir as mensagens inspiradoras de nossa alma. Vamos resgatando o melhor de cada um de nós.
Não é irônico? Exatamente quando fazemos as pazes com nossa sobra é que nos tornamos mais iluminados. A verdade é que precisamos ser humildes o suficiente para aceitar que o que recebemos do universo é perfeito. E, então, devemos começar a explorar as infinitas possibilidades de crescimento e de desenvolvimento que existem por trás de cada adversidade.
No momento em que aceitamos nossa dualidade, começamos a sentir o estado de paz interior. Paz por ser e não por ter.. O ter é sempre conseqüência do ser – e, quanto mais formos, mais teremos. Isso porque nos conectamos com o imenso poder da natureza e trazemos a nós a abundância que nele existe. Nosso corpo passa a produzir substâncias como serotonina e dopamina, que vão aumentar nosso bem-estar e promover saúde. Nosso sistema imunológico se eleva, e o índice de doenças diminui.
Ao aceitar nossa sombra, eliminamos o sentido de separação que gera toda a infelicidade humana. Voltamos a ser íntegros e a viver na totalidade do nosso ser.
*Márcia de Luca é fundadora do CIYMAM – Centro Integrado de Yoga, Meditaçao e Ayurveda (SP).