Huni Kui (Povo Verdadeiro)
Huni Kui, Kaxi!
A vós, minha singela exaltação verdadeira.
Para o povo de tamanha realeza
Todas as minhas palavras seriam de pouca beleza
Pois vossos cantos eu escuto daqui e os vossos deuses me abençoam, Huni Kui!
Para vós oferto os meus modestos versos
Lembrando que o nosso descaso e o nosso retrocesso
Fizeram-nos esquecer das vossas nobrezas
Esquivaram-vos da merecida gratidão
E isso pesa em meu coração.
Portanto, é só na frágil poesia que eu encontro alento e harmonia para agradecer.
Vós que pairam no nascer.
Vós que emergem do rito.
Vós que cultuam o silêncio e o grito.
Vós que embalam o aparecer de todos os sois.
Vós que descansam todas as luas.
Soeis vós, Huni, o Povo Verdadeiro!
Rubro. Escarlate. Taxipa!
Vermelhos são vossos sonhos.
Vermelhos são vossos kenês.
No entanto, vossos sangues são mais que rubros, são verdes
-de esperança, de abundância, de força como vossas matas e redes.
Hoje vos louvo, Huni!
Pois hoje louvo tudo o que for Kui!
E vos faço um pedido com humilde devoção
Jamais desacredite dessa nossa Grande Aldeia;
Vós soeis as relvas que fazem germinar as boas sementes do nosso canteiro.
Os oleiros da mata, que transformam em vida o que ainda nos escalda.
Enaki! É meu também o vosso canto!
Essa parcela de encanto, onde habita dentro e fora o Huni Kui!
Mandala de Simone Bichara – Texto de Daniela Paula Oliveira
Projeto "A Mandala e a Palavra".
3 de janeiro de 2012 às 05:39
que mandala lindaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!
e o texto é maravilhoso!!!!
4 de janeiro de 2012 às 14:16
A vós, minha singela exaltação verdadeira!
Parabéns!